Andava pacientemente, sem pressa, sem demora. Apressei-me em meio a escuridão. Caminhava por baixo das arvores, passeava por entre as folhas caídas ao chão, fazia dos meus pés, verdadeiras vassouras, onde arrastavam as folhas para fora do caminho deixando livre para quem viesse atrás. De repente, uma luz, uma luz forte, uma luz clara, uma luz incandescente. Uma luz, em um caminho completamente escuro, completamente sem vida. A luz da lua, a luz da esperança. A luz que mostrou, que entre todas aquelas folhas na qual eu pisara, existia uma verde, talvez ainda com vida, talvez ainda verde de fato. Tantas coisas eu vi antes de escurecer, tantas coisas eu presenciei, antes de olhar apenas pro chão e varrer as folhas, tantos planos eu fiz antes de ter apenas a lua como consolo. Em horas de rotação, eu me identifico, eu me encontro em apenas alguns minutos. São os minutos que eu caminho, por uma estrada folheada, clareada pelo satélite principal da terra, iluminada pela escuridão de um pensamento pessimista, otimizada pela fraqueza de uma solidão sem fim. O dia novamente amanhece, a lua se põe, e com ela os momentos de reflexão. Agora só resta esperar a reaparição da ilusória iluminadora de caminhos desolados. Só resta agora consegui reencontrar-me em meio a claridade, andar sem olhar pro chão, usar meus pés apenas para caminhar, caminhar apenas para chegar a algum lugar, esquecer que a lua consola mas desola, ilumina mas reprime, ajuda mas atrapalha. Aqui, enquanto há sol, lá enquanto há lua. É um caminho, não deixa de ser um caminho, por mais obscuro, por mais enigmático, é um caminho, é um caminho.
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