Incontínuo

Nem é assim tão catastrófico. Pode ser imaginação minha. Quando as coisas saem do meu controle, eu me posiciono em um local onde nada me atinja. Eu sempre presente, hoje me faço ausente. Eu quero mostrar que não dependo de nada, quero dizer que não preciso do que me impuseram tempo atrás. Quero ver como as coisas andam sem mim, e por pior que seja, elas não andam. Estou diferente, mudado, inconsequênte, sem noção. Isso é bom, muito bom. Eu aprendi a não dar valor a coisas mínimas, eu aprendi a não me preocupar com o que não é digno de minha preocupação. Embora tudo aconteça ao mesmo tempo, eu jurei não me meter no que não fosse de meu interesse, pra me poupar assim de confusões prósperas. Hoje, eu me dediquei a mim, me enlouqueci e me contive, poderia chorar e me segurei, andei, olhei para os lados e me perguntei, respostas não encontrei, mas eu sei quem eu sou. Eu sou aquele que machucam apenas uma vez, não que se arrependam, mas não terem outra oportunidade. Sou o que hoje se preocupa menos com o mundo, e sofre menos consequentemente. Sou o que muitos julgaram não conhecer. Sou o que muitos disseram não gostar, e se lamentam por tais palavras. Sou aquele que antes fazia tudo pra ajudar, e hoje não tá nem ai pra nada. Eu sou aquele que pisaram, e jamais farão isso novamente. Sou aquele que usaram enquanto precisavam de um melhor, que hoje não passa de mais um, opção própria mesmo. Sou aquele que incontinuamente segue, sem se preocupar com os tombos e com o que vem pela frente. Sou aquele que sabe de si, sabe dos outros mas guarda contigo. Sou aquele não autoritário, mas auto defensor. Sou também apenas mais um entre muitos, mas que entre muitos eu me acho em apenas uma.